sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Copenhague vai resultar em desperdício de dinheiro, diz Lomborg

por Ana Luiza Herzog - Revista Exame
O cientista político dinamarquês Bjorn Lomborg não é nada querido pelos ambientalistas, simplesmente porque nada contra a corrente. Enquanto o único assunto discutido aqui em Copenhague é o corte de emissões de gases causadores do efeito estufa, Lomborg passeia pelo Bella Center, onde a Cop 15 está sendo realizada, pregando o discurso inverso: o de que adiantará pouco os países selarem um acordo ao final da semana que vem. A razão: eles não conseguirão cumpri-lo. Ainda que dono de idéias tão politicamente incorretas em tempos de aquecimento global, Lomborg passeia sem constrangimento pelo Bella Center porque é uma espécie de celebridade, aqui na Dinamarca e também fora dela – e se comporta como tal. Embora tenha entrevistado Lomborg algumas vezes pelo telefone no Brasil, marcar uma hora para conversar com o “ambientalista cético” aqui, que é como ele conhecido por ter lançado livros como Cool It — The Skeptical Environmentalist’s Guide to Global Warming (em português, algo como “Calma lá — o guia do ambientalista cético para o aquecimento global”), não foi nada fácil. Tentei na segunda-feira, mas Lomborg estaria o dia inteiro por conta do TV2, um dos principais canais de notícias local. No Bella Center, o vi algumas vezes andando pra lá e pra cá e conversando com pessoas sendo seguido por dois cinegrafistas. Na terça, vi Lomborg sentado nos sofás do centro de imprensa, concedendo ininterruptas entrevistas. Finalmente, ontem, consegui um espaço na agenda de Lomborg.

O senhor não acredita no corte de emissões, e o tenho visto aqui na Cop 15, um evento que tem como princípio a idéia de que os países resolverão o problema do aquecimento dessa maneira, cortando emissões. Está aqui tentando convencer as pessoas de que esse não é o melhor caminho?

Exatamente. Eu sou basicamente uma acadêmico que tenta disseminar boas idéias. E aqui há mais de 15 000 pessoas que querem fazer o bem. O problema, infelizmente, é que elas estão se apegando a estratégia errada para resolver o problema. Elas estão se apegando à estratégia que fracassou pelos últimos 18 anos.

Poderia explicar isso melhor?

Veja: prometemos cortar em emissões na Eco 92, no Rio, e não o fizemos. Prometemos cortar ainda mais emissões em Kyoto, em 1997, e também não conseguimos. Agora estamos aqui em Copenhague, 18 anos depois, dizendo: vamos tentar a mesma velha estratégia de novo, mas fazer o cenário ficar ainda mais difícil e prometer que vamos cortar ainda mais as emissões._


E qual é o caminho então?

Gostaria que as pessoas pensassem que precisamos achar uma nova estratégia que realmente funcione. Se realmente queremos combater o aquecimento global não está na hora de adotarmos uma medida que realmente podemos cumprir, em vez de uma que apenas soe bem?

Na sua opinião, qual é o resultado mais provável de Copenhague? Vamos selar um acordo que vai nos permitir resolver o problema?

Infelizmente não. Vamos ter um documento bonito, cheio de palavras de peso e vamos estourar uma champanhe e todos os países vão voltar para casa se achando vitoriosos. E é claro que, daqui a dez anos, nada terá acontecido, e esse é o pior resultado que eu posso imaginar. A estratégia vai falhar de novo por vários motivos e um deles é porque custa caro cortar emissões.

O que devemos fazer então?

Fizemos um estudo com alguns dos mais importantes economistas do mundo, e isso inclui 28 profissionais especializados na questão climática e mais três prêmios Nobel. Perguntamos a eles: se vamos gastar dinheiro para combater o aquecimento global, qual a melhor maneira de gastar esse dinheiro, a mais eficiente? E o que eles calcularam é o seguinte: para cada dólar que você gasta para cortar emissões – mesmo que você gaste esse dinheiro de maneira muito eficiente – você vai evitar dois centavos de dano climático. Ou seja, 98% do dinheiro é jogado fora. O que é um péssimo negócio.

E o que seria um bom negócio?

Investir em pesquisa para tornar as tecnologias verdes mais baratas no futuro. Para cada dólar investido você vai ter 11 dólares de benefício climático. Se investíssemos o suficiente para tornar os painéis solares mais baratos que qualquer outra forma de energia de origem fóssil estaríamos no caminho de solucionar o problema do aquecimento porque todas os consumidores iriam comprá-los. E não porque algum governo os forçou a fazê-lo, mas porque tornamos a tecnologia acessível. Esqueçamos simplesmente o dogma do corte de emissões. Vamos investir para tornar as tecniologias verdes mais baratas que o problema se resolverá naturalmente

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009 - 11:40
Tags: Aquecimento global, Bjorn Lomborg, COP15, Copenhague

Artigo retirado: http://portalexame.abril.com.br/blogs/sustentabilidade/2009/12/11/copenhague-vai-resultar-em-desperdicio-de-dinheiro-diz-lomborg/

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Desenvolvimento sustentável nas empresas

A poluição ambiental, o esgotamento dos recursos renováveis, aquecimento global e a pobreza estão sendo focos de discussões mundiais entre os congressos para se tomar medidas cabíveis afim de direcionar o desenvolvimento sustentável. Empresas podem ser consideradas uma das principais responsáveis pelos problemas ambientais, sendo que, para estas o conceito Sustentabilidade estava estritamente relacionado com a perenidade de um negócio.

Atualmente, a duração de uma empresa depende de vários fatores que vão muito além de lucro. Pois, é necessário ter lucro, mas sem prejudicar o que está ao redor. Adequar as atividades da empresa ao conceito de desenvolvimento sustentável é uma questão de sobrevivência e de competitividade. E, uma forma para as organizações estruturarem as atividades, voltadas para o meio ambiente, é se adequando ao Internacional Organization for Standardization (ISO). A ISO 14.001 é uma norma de adesão voluntária, que contém os requisitos para a implantação do SGA, podendo ser aplicada a qualquer tipo ou porte de organização. O sistema de gestão ambiental busca prover às organizações formas de gerenciar todos os seus aspectos e impactos ambientais mais significativos. Partem, inicialmente, da identificação e priorização destes aspectos e impactos, para que se consiga, um sistema que busca a melhoria contínua, baseado no controle destes impactos. Quando uma organização opta pela Implantação da Norma ISO 14001, abre novos caminhos no mercado internacional, proporciona vantagem competitiva e introduz sensível redução de custos na operação, além de incrementar a receita com subprodutos dos processos, (KRAEMER, 2005, p.9).

Será por meio da aplicação da Contabilidade de Gestão Ambiental, que se conseguirá potenciar grandes poupanças de custos na gestão de resíduos, dado que os custos de manuseamento e de deposição de resíduos são relativamente fáceis de definir e de imputar a produtos específicos. Outros custos ambientais, incluindo os custos da conformidade ambiental, custos legais, deterioração da imagem da empresa, e riscos e responsabilidade ambiental, são mais difíceis de avaliar. A Contabilidade de Gestão Ambiental abrange não somente a informação ambiental e outra do custo, mas também informação para a maioria de tipos de atividade ou de tomada de decisão da gerência. De acordo com a Divisão para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, é a Contabilidade de Gestão Ambiental é “uma abordagem combinada que facilita a transição de informação da contabilidade financeira e da contabilidade de custos para aumentar a eficiência de materiais, reduzir o impacto e o risco e reduzir os custos de salvaguarda ambiental”, (TINOCO e ROBLES, 2006, p.1085).

Adequar as atividades da empresa ao conceito de desenvolvimento sustentável é uma questão de sobrevivência e de competitividade. Quanto mais a organização se negar a agir de forma sustentável e continuar poluindo o meio ambiente, maiores serão os desperdícios, os riscos de multas e reivindicações da comunidade. Portanto, a empresa moderna está cada vez mais atenta a essas questões e a gestão ambiental será parte integrante do seu negócio. A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental deve ser uma das prioridades estratégicas de qualquer organização que queira garantir sua competitividade e sobrevivência no mundo globalizado.

Referência Bibliográfica
KRAEMER. M. E. P. O contabilista: uma alavanca na construção do desenvolvimento sustentável. Gestão Ambiental. 2005. Disponível em: . Acesso em: 08 mai. 2007, 15:00.
TINOCO, J. E. P.; ROBLES, L. T. A contabilidade da gestão ambiental e sua dimensão para a transparência empresarial: estudo de caso de quatro empresas brasileiras com atuação global. Rap. Nov. /Dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 26 jul. 2007; 02:15.


LENZA, Elisabeth Rayle Bortucan –bethrayle@yahoo.com.br
CAMARGO, Silvia Helena Carvalho Ramos Valladão de
LAPINI, Paulo Alencar

QUAL É A SUA OPINIÃO???

VOCÊ SE CONSIDERA UMA PESSOA ECOLOGICAMENTE RESPOSÁVEL?
ACREDITA QUE QUANDO CONSOMI ALGUM PRODUTO, VOCÊ SE PREOCUPA QUE SE A EMPRESA AGIU ECOLOGICAMENTE CORRETO, E SEU DESCARTE VOCÊ, SABE QUAL SERÁ O FIM DELE (É CLARO QUE ESTE ÚTIMO DEPENDE DE VOCÊ)?
DÊ A SUA OPINIÃO.

Transparecendo responsabilidade social nas empresas

Ultimamente, se tem discutido sobre a responsabilidade social, o gerenciamento social e a importância de definir e demarcar essas entidades conceituais, política e normativas. Isso se deve pelo fato do marco da recente discussão sobre as políticas sociais e a função do estado, estes conceitos assumiram papel preponderante na justificação e na difusão da idéia da responsabilidade das empresas frente aos problemas sociais. Por isso, é tão importante o investimento privado, tanto em projetos da área social quanto na prestação de serviços sociais, visando atender as demandas postas pela sociedade.
De acordo com a Bovespa (2007), a companhia que respeita as condições sociais e ambientais, é transparente para com os acionistas, relaciona-se eticamente com clientes, fornecedores e governos, investe nos funcionários e os motiva está buscando um objetivo central: valorizar a marca. Assim, estará abrindo mão de parte dos ganhos de curto prazo para, agregando valor à sua imagem, conquistar lucros sustentáveis no futuro. “passam até a ser líderes em inovação”, diz o empresário Ricardo Young, presidente do conselho do instituto Ethos, guardião da idéia e representante no Brasil do Global Compact, fórum criado pela onu, em 2000, para estimular a participação responsável do empresariado multinacional.
No entanto, para a sociedade, o qual lhe falta medida voltada à qualidade ambiental, não basta executá-las; é preciso que sejam divulgadas. Para que isso aconteça, a empresa precisa que seus demonstrativos sejam transparente e tenham intuito de fornecer informações à sociedade sobre a utilização de recursos humanos, naturais, financeiros, tecnológicos e outros que pertencem à própria sociedade (direta ou indiretamente) é o mínimo que as empresas devem fazer para merecer o respeito e credibilidade necessários a continuidade de suas operações. E, o balanço social pode ser considerado um demonstrativo contábil que aponta pelo menos três vertentes deste nas empresas: a de recursos humanos, a ambiental e a do valor adicionado. Estas vertentes podem ser tratadas isoladamente como, também, em conjunto. Na sua concepção mais ampla, envolvendo a demonstração da interação da empresa com os elementos que a cercam ou que contribuem para sua existência, incluído o meio ambiente natural, a comunidade e economia local e recursos humanos. Ao referir-se às informações do balanço social, afirma que ele evidencia tudo o que a empresa contribuiu ou agregou à sociedade, ou seja, o que pagou aos empregados, ao governo, aos bancos, o que dedicou a assistência educacional, o que empregou em assistência social, o que remunerou acionistas, o quanto comprou no país e fora dele, etc, (RIBEIRO, 2006, p.XI).
De acordo Vialli (2006), a publicação do balanço social anual feita pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade.
Em síntese, o balanço social pode ser considerado um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. Por meio deste, a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para todos no meio empresarial está em pleno curso.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BOVESPA. Os lucros que vêm da responsabilidade corporativa. Disponível em:. Acesso em: 01 mai. 2007, 17:10.

RIBEIRO, M. S. Contabilidade Ambiental. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

VIALLI, A. Maior rigor para balanço social Publicações serão avaliadas por várias organizações antes de terem o selo do Ibase. O Estado de São Paulo, São Paulo, p. B14, Negócios, 8 fev. 2006. Disponível em:. Acesso em: 07 jan. 2008, 16:15.


ELISABETH RAYLE BORTUCAN LENZA