sábado, 24 de abril de 2010

Hidrelétrica de Belo Monte em números

Gabriela Ruic - Portal Exame
Em meio às discussões ambientais e jurídicas, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) conduziu nesta terça (20) o leilão que irá, enfim, definir o consórcio responsável pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, que será instalada no Rio Xingu, no Pará. Em seguida, alguns números e informações acerca da hidrelétrica cujo projeto nasceu em meados dos anos 70, e que renasceu nas pautas do governo com os planos do PAC (Programa de Acerelação do Crescimento). Esta obra será a segunda maior do pacote do governo, ficando atrás apenas da construção do trem-bala que irá ligar São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, até 2015, e cujo valor está orçado em U$11 bilhões.

Localização:
Bacia do rio Xingu, entre os estados do Pará e Mato Grosso. De acordo com a ANEEL, a usina será instalada no município Vitória do Xingu.

Tamanho:
A Usina Belo Monte será a terceira maior do mundo, com capacidade instalada de 11.233,1 Megawatts (MW). Em primeiro está a chinesa Três Gargantas, 22,5mil MW, e em, seguida a Itaipu Binacional, com 14 mil MW.

Geração de Energia:
A capacidade mínima da usina será de 11.233,1 MW, sendo a garantia física de 4.571MW. O Rio Xingu não é um rio de regime perene, o que significa que a vazão da água não é constante, ou seja, a usina irá gerar apenas 40% de sua capacidade total, um aproveitamento 30% menor que a média de outras usinas hidrelétricas brasileiras que operam mais de 3 mil MW.

Tal redução acontecerá temporadas de seca, que duram de 4 a 6 meses, quando a vazão da Belo Monte será de apenas 700 metros cúbicos por segundo (m³/s), entrando em regime de ociosidade e produzirá menos que 3 mil MW. Em períodos de cheia, o volume será de 4 e 8 mil m³/s.

Dados da ANEEL afirmam que, quando operando em plena capacidade, a usina irá atender à uma demanda de uma cidade com 26 milhões de habitantes, o equivalente a região metropolitana de São Paulo.

Quem está na disputa:
O leilão será disputado por duas concessionárias:

- Consórcio Norte Energia: Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), com 49,98%, Construtora Queiroz Galvão S/A, com 10,02%, Galvão Engenharia S/A, com 3,75%, Mendes Junior Trading Engenharia S/A, com 3,75%, Serveng-Civilsan S/A, com 3,75%, J Malucelli Construtora de Obras S/A, com 9,98%, Contern Construções e Comércio Ltda, com 3,75%, Cetenco Engenharia S/A, com 5%, Gaia Energia e Participações, com 10,02%.

- Consórcio Belo Monte Energia: Andrade Gutierrez Participações S/A, com 12,75%, Vale S/A, com 12,75%, Neoenergia S/A, com 12,75%, Companhia Brasileira de Alumínio, com 12,75%, Furnas Centrais Elétricas S/A, com 24,5%, Eletrosul Centrais Elétricas S/A, com 24,5%.

Previsão de início das operações:
As operações devem iniciar-se em fevereiro de 2015, e o projeto deve ser concluído até 2019.

Quanto irá custar:
De acordo com o governo, a usina irá custar 19 bilhões de reais, porém os investidores prevêem gastos de até 30 bilhões. A vencedora do Leilão será o consórcio que oferecer o menor lance na relação Megawatts/hora (MWh). O teto máximo, fixado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) é de R$83 por MWh.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) irá apoiar financeiramente a construção. O órgão divulgou na semana passada as diretrizes que irão nortear as condições de financiamento. A porcentagem da operação com participação do BNDES poderá ser de até 80%, a serem pagos em até 30 anos.

Tribos indígenas da região:
Dados do Instituto Socioambiental, instituição sem fins lucrativos que atua em questões dos direitos indígenas, estima que na região da bacia do Xingu vivem 28 etnias indígenas, um total de 20 mil pessoas.


http://portalexame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/hidreletrica-belo-monte-numeros-551153.html

Belo Monte será a segunda maior hidrelétrica do Brasil

A polêmica em torno de Belo Monte é tão grande quanto suas dimensões. Com capacidade de produção de 11.200 megawatts, Belo Monte será a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil, atrás apenas da binacional Itaipu (14.000 MW). A discussão em torno de sua construção, no entanto, dura quase 30 anos. Entre seus opositores já estiveram figuras tão distintas quanto o cantor Sting e o cacique Paulinho Paiakan, além de índios furiosos que golpearam a facão um funcionário da Eletrobrás. Do lado oposto, estão as maiores empreiteiras e empresas de energia do país, interessadas em construir a hidrelétrica, além do governo, que argumenta que apenas o início da construção da usina será suficiente para manter os preços da energia mais baixos no Brasil nos próximos anos.
Questões ambientais e indígenas à parte, a expectativa do governo é realizar o leilão da usina até o final do ano. Considerando os períodos de cheia e seca, a potência média da hidrelétrica localizada no rio Xingu, no Pará, será de aproximadamente 5.000 MW. Embora as características técnicas da hidrelétrica já estejam praticamente definidas, os investimentos necessários para que ela saia do papel aparece atualmente como o ponto mais controverso.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), comandada pelo governo federal, afirmou que o custo seria de 16 bilhões de reais, mas o montante foi contestado pelo mercado. De acordo com José Ayres, presidente da CNEC Energia, empresa que participou dos estudos de viabilidade da obra, os principais interessados na construção da usina avaliam que seu custo em torno dos 30 bilhões de reais. Para Ayres, esse valor reflete as dificuldades que surgirão durante a construção do empreendimento, que devem gerar custos aos investidores. A EPE imagina uma construção intermitente da usina enquanto as empresas acreditam que boa parte da obra terá de ser paralisada durante os três meses de chuva intensa que castiga essa região do Xingu todos os anos.
Segundo Ayres, um dos maiores desafios na construção da hidrelétrica é a logística das obras. Será necessário construir quase 400 quilômetros de estradas de terra para interligar os diversos pontos de trabalho. As empresas também terão de desenvolver formas de levar milhões de toneladas de aço, cimento e combustível para uma região praticamente isolada e carente de estradas. Ainda não se sabe se a opção mais viável de transporte de insumos serão a rodovia Transamazônica ou os rios navegáveis que cortam a região. Esse material será armazenado em pelo menos quatro grandes silos.
Ayres afirma que, se por um lado os meses de chuva devem favorecer a navegação nos rios, por outro haverá paralisação de trabalhos como a construção de estradas e prejuízos materiais com o dano que a água pode provocar a materiais estocados. Nesses momentos de pausa, os cerca de 30.000 trabalhadores que devem trabalhar na construção da usina terão de permanecer no local das obras, uma vez que é inviável dispensá-los por um período relativamente curto. Além disso, será preciso construir áreas com alojamentos, refeitórios, centros de saúde, áreas de lazer e reservatórios de água, entre outras coisas. Também será necessário receber e transportar as 20 turbinas que gerarão energia na usina e pesam cerca de 500 toneladas cada uma.
Para Sílvio Areco, a obra é necessária para garantir o fornecimento de energia no Brasil. Com a expectativa de forte crescimento do país nos próximos anos e do aumento dos investimentos em infraestrutura para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, será necessário criar formas de atender ao aumento da demanda. Pelo cronograma oficial, a primeira turbina de Belo Monte deve começar a gerar energia em 2014 e a 20ª entrará em operação somente em 2019. "Estamos em uma rampa de subida do consumo, a crise já ficou para trás. Temos que ficar atentos a isso", diz Areco.
Para José Ayres, da CNEC, o Brasil precisa de Belo Monte para evitar o aumento futuro dos preços da energia a um custo favorável. "Nenhum outro projeto pode oferecer energia tão barata, limpa e renovável como Belo Monte", diz ele, que participa dos estudos do projeto há quase 30 anos. Os analistas do Barclays apostam que o preço médio da energia gerada pela usina fique entre 99 e 106 reais por MWh, um valor bastante atrativo para a realidade brasileira e mundial.
Além do preço, outros fatores favorecem o investimento. “A virtuosidade de Belo Monte é sua integração com o Sistema Interligado Nacional”, afirma o presidente da CNEC. A energia gerada pela usina poderá ser integrada ao sistema com a construção de pouco mais de 100 km de linhas de transmissão entre a hidrelétrica e a cidade de Marabá, no Pará – uma obra que pode ser considerada bastante simples em relação ao todo.
Cerca de 30% da energia produzida na nova hidrelétrica deverá permanecer na região Norte, formando um eixo de desenvolvimento local. "Com a fixação de energia, a mão de obra também terá como ser incorporada à região após o término da obra", diz Ayres. As oportunidades devem se intensificar caso empresas autoprodutoras de energia decidam participar do leilão de Belo Monte e depois utilizem a energia em empreendimentos próximos.
Segundo o governo, 70% da energia gerada em Belo Monte deverá ser vendida dentro das regras do mercado regulado, até 20% podem ficar com os autoprodutores e até 10% poderão ser destinados ao mercado livre (bem abaixo dos 30% reservados a este segmento no leilão das usinas do rio Madeira). Esse modelo não é unanimidade. Para Ricardo Lima, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais (Abrace), a separação de uma parcela de energia para o consumidor livre é prejudicial. "O formato leva o investidor a buscar uma tarifa mais baixa para consumidor cativo para vencer o leilão. Mas, para conseguir rentabilidade, ele acaba compensando o desconto aumentando o preço para o mercado livre", diz. Esse formato foi usado nos leilões do rio Madeira e penalizou as grandes empresas consumidoras de energia.
Belo Monte leva o nome do pequeno município próximo ao local onde será construída, localizado a cerca de 50 quilômetros da cidade de Altamira. O financiamento de 70% da hidrelétrica será feito via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com um prazo de pagamento de cerca de 30 anos - cinco a mais do que o concedido para a construção das usinas do Rio Madeira. Também para viabilizar a construção da obra, o banco Barclays acredita que o governo pode conceder a isenção da alíquota de 9,25% de PIS-Cofins.
A energia obtida na usina será gerada a partir de um desnível de 98 metros entre dois pontos do rio Xingu, que serão interligados por quase 30 quilômetros de canais, auxiliados por 29 diques de contenção das áreas alagadas. De acordo com o estudo apresentado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a casa de força principal da hidrelétrica contará com 20 turbinas de 550 megawatts de potência. A previsão é que a primeira unidade esteja pronta e operando em um período de cinco anos a partir do início da construção. A cada seis meses, uma nova turbina entrará em operação.
O desnível considerado é pequeno para um rio como o Xingu, que tem vazão média de 7.800 metros cúbicos de água por segundo. Entretanto, uma compensação positiva para esta baixa relação entre desnível e vazão está no fato de que a área que será alagada para o reservatório de Belo Monte deverá ser relativamente pequena, principalmente se comparada à de Itaipu – 500 quilômetros quadrados contra 1.350 quilômetros quadrados, respectivamente.
Segundo José Ayres, da CNEC, será mantida a vazão mínima de 1.000 metros cúbicos por segundo no atual leito do rio mesmo nos períodos de seca para que a fauna que habita a parte que ficará abaixo da barragem não seja afetada. Se o volume mínimo de chuvas não for observado, a cada dois anos será liberada uma vazão adicional do vertedouro para garantir uma cheia artificial de 4.000 metros cúbicos. Essa vazão é garantida mesmo que a geração de energia tenha que ser interrompida por falta de água.



Publicado: Portal Exame - Por: Por Eduardo Tavares
Retirado: http://portalexame.abril.com.br/negocios/belo-monte-sera-segunda-maior-hidreletrica-brasil-506109.html?page=1

Complexo Hidrelétrico Belo Monte e sua inserção regional

O sítio do Complexo Hidrelétrico Belo Monte está localizado no rio Xingu, no Estado do Pará. O arranjo atual prevê a implantação de duas casas de força, conforme explicado adiante, e será, quando construído, o terceiro maior aproveitamento hidrelétrico do mundo, com 11.182 MW de potência instalada. É considerado uma obra estratégica para o setor elétrico brasileiro, pois proporcionará a integração entre bacias hidrográficas com diferentes regimes hidrológicos, resultando em um ganho da energia garantida no Sistema Interligado. É, ainda, um aproveitamento excepcional do ponto de vista da engenharia e custo. As perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto e, portanto, do mercado de energia elétrica sinalizam para a necessidade do aumento da oferta de energia elétrica. A alternativa da construção deste empreendimento se apresenta altamente competitivo na concepção do planejamento energético. O empreendimento hidrelétrico de Belo Monte está contemplado no Programa de Governo “Avança Brasil”, não apenas para equacionar a questão da escassez de energia, mas também como um projeto estruturante do Eixo de Desenvolvimento - Madeira/ Amazonas. Nesta concepção, o empreendimento deve integrar o planejamento regional, proporcionando efeitos multiplicadores de emprego e renda. ~
Retirado: http://www.amazonia.org.br/guia/detalhes.cfm?id=26382&tipo=6&cat_id=38&subcat_id=158

BELO MONTE

A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, em sua parte paraense, já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o MMA concedeu a licença ambiental prévia para sua construção
O s movimentos sociais e as lideranças indígenas da região são contrários à obra porque consideram que os impactos socioambientais não estão suficientemente dimensionados. Em outubro de 2009, por exemplo, um painel de especialistas debruçou-se sobre o EIA e questionou os estudos e a viabilidade do empreendimento. Um mês antes, em setembro, diversas audiências públicas haviam sido realizadas sob uma saraivada de críticas, especialmente do Ministério Público Estadual, seguido pelos movimentos sociais, que apontava problemas em sua forma de realização.
A inda em outubro, a Funai liberou a obra sem saber exatamente que impactos causaria sobre os índios e lideranças indígenas kayapó enviaram carta ao Presidente Lula na qual diziam que caso a obra fosse iniciada haveria guerra. Para culminar, em fevereiro de 2010, o Ministério do Meio Ambiente concedeu a licença ambiental, também sem esclarecer questões centrais em relação aos impactos socioambientais.
Listada no governo FHC como uma das muitas obras estratégicas do programa Avança Brasil, a construção do complexo de hidrelétricas no Rio Xingu faz parte da herança legada ao governo Lula, eleito em novembro de 2002. Herança que era bem conhecida. Tanto assim, que o caderno temático O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil, parte do Programa do Governo do presidente eleito, alertava: “Dois projetos vêm sendo objeto de intensos debates: a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e o de Gás de Urucu, no Amazonas. Além desses também preocupam as 18 barragens propostas na Bacia do Rio Araguaia e Tocantins. A matriz energética brasileira, que se apóia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica. Considerando as especificidades da Amazônia, o conhecimento fragmentado e insuficiente que se acumulou sobre as diversas formas de reação da natureza em relação ao represamento em suas bacias, não é recomendável a reprodução cega da receita de barragens que vem sendo colocada em prática pela Eletronorte”.
Decisão ficou para o governo Lula
Exemplos infelizes como a construção das usinas hidrelétricas de Tucuruí (PA) e Balbina (AM), as últimas construídas na Amazônia, nas décadas de 1970 e 1980, estão aí de prova. Desalojaram comunidades, inundaram enormes extensões de terra e destruíram a fauna e flora daquelas regiões. Balbina, a 146 quilômetros de Manaus, significou a inundação da reserva indígena Waimiri-Atroari, mortandade de peixes, escassez de alimentos e fome para as populações locais. A contrapartida, que era o abastecimento de energia elétrica da população local, não foi cumprida. O desastre foi tal que, em 1989, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), depois de analisar a situação do Rio Uatumã, onde a hidrelétrica fora construída, concluiu por sua morte biológica. Em Tucuruí não foi muito diferente. Quase dez mil famílias ficaram sem suas terras, entre indígenas e ribeirinhos. Diante desse quadro, em relação à Belo Monte, é preciso questionar a forma anti-democrática como o projeto vinha sendo conduzido, a relação custo-benefício da obra, o destino da energia a ser produzida e a inexistência de uma política energética para o país que privilegie energias alternativas.
Empossado na presidência da Eletrobrás, em janeiro de 2003, o físico Luiz Pinguelli Rosa, declarou à imprensa que o projeto de construção de Belo Monte seria discutido e opções de desenvolvimento econômico e social para o entorno da barragem estariam na pauta, assim como a possibilidade de reduzir a potência instalada, prevista em 11 mil megawatts (MW) no projeto original.
A persistência governamental em construir Belo Monte está baseada numa sólida estratégia de argumentos dentro da lógica e vantagens comparativas da matriz energética brasileira. Os rios da margem direita do Amazonas têm declividades propícias à geração de energia, e o Xingu se destaca, também pela sua posição em relação às frentes de expansão econômica (predatória) da região central do país. O desenho de Belo Monte foi revisto e os impactos reduzidos em relação à proposta da década de 80. O lago, por exemplo, inicialmente previsto para ter 1.200 km2, foi reduzido, depois do encontro, para 400 km2. Os socioambientalistas, entretanto, estão convencidos de que além dos impactos diretos e indiretos, Belo Monte é um cavalo de tróia, porque outras barragens virão depois, modificando totalmente e para pior a vida na região.
PESSOAL, A CONSTRUÇÃO DO BELO MONTE ESTÁ CAUSANDO MUITA DISCUSSÃO ENTRE OS AMBIOENTALISTAS E NÓS CIDADÃOS QUE FICAMOS SEM SABER QUAL ATUTUDE APOIAR. POR ISSO, ESTAREMOS POSTANDO REPORTAGENS E ARTIGOS, RETRATANDO OS BENEFICIOS E OS MALEFICIOS DA CONTRUÇÃO DESSA HIDRELÉTRICA. e FIQUEM A VONTADE EM POSTAR E OPINAREM!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eficiência energética pelo mundo

por Fernanda Dalla Costa

México: cidade troca lâmpadas para ampliar projetos sociais | Espanha: tarifas elétricas não incluirão taxas de eficiência energética | Japão: governo irá estimular construtores a se tornarem mais eficientes energeticamente

México: cidade troca lâmpadas para ampliar projetos sociais

A cidade de Naucalpan, espera reduzir em até 60% seu consumo de energia com a troca de cerca de 40 mil lâmpadas de iluminação público. Isto é o equivalente a uma economia de 270 milhões de pesos (R$38,8 milhões) para os cofres da cidade, informou o diário La Crónica de Hoy.

"O governo de Naucalpan caminha com passos firmes em direção à redução da poluição de nosso meio ambiente e desenvolvimento sustentável, limpo e harmônico com o crescimento econômico de nossa cidade", disse Azucena Olivares Villagómez, prefeita da cidade.

O programa reduzirá a emissão de 23.106 toneladas de gases poluentes, irá gerar mais de 300 empregos temporários e os recursos financeiros economizados poderão ser investidos em projetos sociais na cidade.

Espanha: tarifas elétricas não incluirão taxas de eficiência energética

O Tribunal Supremo espanhol declarou que o custo dos planos de economia e eficiência energética não devem ser adicionados à tarifa regulada, atendendo a um recurso apresentado pela Unesa (Associação Espanhola da Indústria Elétrica, em português). A entidade questionou uma ordem ministerial que revisou as tarifas elétricas desde 1º de janeiro de 2009, informou a agência de notícias Efe.

O tribunal anulou o artigo 9 da Ordem ITC/3801/2008, que assegurava uma quantia ao financiamento do plano de estratégias de economia e eficiência energética. Assim, o tribunal concordou com o setor elétrico que argumentou que o aumento das tarifas o que infringe dois artigos da Lei do Setor Elétrico, que estabelece o o que pode ser financiado pela conta de luz.

Essa discussão, entre o Estado e o setor elétrico está em pauta no país desde 2006.

Japão: governo irá estimular construtores a se tornarem mais eficientes energeticamente

O governo japonês pretende implantar, até o final de 2010, um plano de economia de energia e de materiais para as empresas de construção, além disso será formado um grupo de especialistas para elaborar outras pautas de economia de energia, segundo o ministro dos Transportes, Seiji Maehara, informou a agência de notícias Prensa Latina.

A iniciativa pretende tornar obrigatório o uso de materiais que causam menos impactos ambientais e métodos de construção que contribuam para o isolamento térmico das residências. Segundo o ministro, o governo também está estudando a possibilidade de oferecer descontos aos construtores que cumprirem essas recomendações e usarem materiais verdes em suas obras.

Maehara disse ainda que pretende criar novos investimentos e revigorar o mercado de construções, a fim de aumentar a eficiência energética em casas e edifícios. Essas medidas fazem parte do plano para reduzir as emissões de CO2 do país em 25% até 2020, em relação aos níveis de 1990.


Retirado: http://www.revistasustentabilidade.com.br/eficiencia-energetica/copy18_of_eficiencia-energetica-pelo-mundo

EARTH DAY

No dia 22 de abril comemora-se o dia do Planeta Terra, iniciativa que pretende despertar a consciência na população de todo o mundo sobre maneiras de colaborar na preservação do meio ambiente através de simples medidas cotidianas.


Há 39 anos, no dia 22 de abril de 1970, aconteceu o primeiro protesto em caráter nacional contra a poluição do planeta. O então o Senador norte-americano Gaylord Nelson, na época estudante de Harvard, organizou eventos para discussão e desenvolvimento de projetos sobre o meio ambiente. O movimento ganhou, ano após ano, outros países como adeptos, incluindo o Brasil, que uniu-se oficialmente à causa em 1990.


O problema


Grande parte dos 510,3 milhões de m2 do planeta Terra está sendo destruída por nós, humanos, que somos inconsequentes no proveito do meio ambiente. As florestas estão cada vez mais desmatadas, os rios mais poluídos, o ar mais carregado, o céu mais acinzentado. Como consequência disso tudo, vem o aquecimento global, que por sua vez derrete as geleiras, faz com que o nível do mar aumente, ameaça biosfera e contribui para a ploriferação de doenças. Muito esgoto é lançado in natura nas águas, muito lixo é jogado nas ruas e a reciclagem ainda é uma palavra conhecida por poucos.


Para amenizar o quadro desolador, existem ONGs, empresas e outras iniciativas públicas e privadas preocupadas em fazer o mínimo que seja para que a Terra saia desta situação. Hoje, há uma estimativa de que 500 milhões de cidadãos em 85 países fazem algo especial pelo ambiente no dia 22 de abril. Não que a mobilização durante um dos 365 dias do ano possa mudar muita coisa, mas já é um passo para desenvolver a sensibilidade ambiental coletiva e tentar salvar o Planeta. Aproveite esta data para colaborar. Economize energia, evite desperdícios e poluição. Cuide do lixo que você produz.


Para mantermos o equilíbrio da Terra é necessário ter consciência do que deve ser feito. Se os recursos naturais, essenciais para a sobrevivência humana forem esgotados, não haverá maneira de repô-los. O pensamento global deve implantar as iniciativas locais e pessoais para que cada um comece a fazer a sua parte.

Retirado: http://br.noticias.yahoo.com/s/20042009/48/saude-no-dia-22-abril-comemora.html

terça-feira, 20 de abril de 2010

Você sabe o que é certificação ambiental? E isso, o que tem haver com você?

A certificação florestal deve garantir que a madeira utilizada em determinado produto é oriunda de um processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável, e no cumprimento de todas as leis vigentes.Ao mesmo tempo, permite ao consumidor consciente a optação de um produto que não degrada o meio ambiente e contribui para o desenvolvimento social e econômico das comunidades florestais. Para isso, o processo de certificação deve assegurar a manutenção da floresta, bem como o emprego e a atividade econômica que a mesma proporciona.
que é o FSC?
O FSC é hoje o selo verde mais reconhecido em todo o mundo, com presença em mais de 75 países e todos os continentes. Atualmente, os negócios com produtos certificados geram negócios da ordem de 5 bilhões de dólares por ano em todo o globo. FSC é uma sigla em inglês para a palavra Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal, em português.

Como surgiu o FSC?
Este conselho foi criado como o resultado de uma iniciativa para a conservação ambiental e desenvolvimento sustentável das florestas do mundo inteiro. Seu objetivo é difundir o uso racional da floresta, garantindo sua existência no longo prazo. Para atingir este objetivo, o FSC criou um conjunto de regras reconhecidas internacionalmente, chamadas Princípios e Critérios, que conciliam as salvaguardas ecológicas com os benefícios sociais e a viabilidade econômica, e são os mesmos para o mundo inteiro.

Como atua o FSC?
O FSC atua de três maneiras: desenvolve os princípios e critérios (universais) para certificação; credencia organizações certificadoras especializadas e independentes; e apóia o desenvolvimento de padrões nacionais e regionais de manejo florestal, que servem para detalhar a aplicação dos princípios e critérios, adaptando-os à realidade de um determinado tipo de floresta.
A certificação FSC de uma área florestal requer que a operação florestal nessa área seja feita de modo:
- Ecologicamente correto
Utilizar técnicas que imitam o ciclo natural da floresta e causam o mínimo impacto, permitindo sua renovação e sua permanência, bem como da biodiversidade que abriga. Por exemplo, a floresta é provedora da matéria prima da Indústria papeleira - se não houver floresta, não é possível oferecer o mesmo produto nem na mesma quantidade. E o papel é um bem essencial na sociedade moderna.

- Socialmente justo
A propriedade de uma área florestal e toda a atividade precisa ser legalizada, o que significa pagar todos os tributos e respeitar todos os direitos trabalhistas, inclusive no item segurança do trabalho. Além disso, o processo de certificação FSC é transparente, o que permite sua fiscalização por qualquer entidade ou indivíduo da sociedade civil. Finalmente, os princípios e critérios do FSC são decididos com a participação igualitária dos três setores: ambiental, social e econômico.

- Economicamente viável
As técnicas de manejo florestal requeridas pelo FSC aumentam a produtividade da floresta, garantem a durabilidade dos investimentos, e AGREGAM valor ao produto. O selo FSC no produto já é uma demanda do mercado para o qual ainda não há suficiente oferta, e isso significa que um produto com o selo FSC garante a permanência no mercado e abre novos mercados.

Qual a importância da certificação para a indústria papeleira?
A adesão da indústria papeleira do Brasil à certificação FSC significa sua permanência no mercado, a oportunidade de introduzir novos produtos no mercado, e um passaporte para a modernidade e para a economia globalizada. Significa, também, a durabilidade do empreendimento e sua permanência no mesmo local, mantendo os empregos da comunidade e viabilizando os investimentos.

Outro fator relevante, no Brasil, é o fato de a certificação melhorar a imagem dos empresários do setor. Ela distingue os que operam de forma correta daqueles que estão na ilegalidade, que agem de forma predatória ao destruir a floresta e sua biodiversidade, o que os obriga a buscar sempre novas florestas, mudando constantemente de lugar, sem benefício para a comunidade local, utilizam trabalho infantil, mantém empregados sem carteira assinada e sem equipamentos de segurança, não pagam impostos, e assim por diante.

Como a cadeia de custódia pode influenciar?
A certificação da cadeia de custódia permite colocar o selo do FSC no produto final . Este selo orienta os compradores e consumidores sobre a origem da matéria-prima florestal, pois a certificação da cadeia de custódia exige o rastreamento da mesma desde sua colheita até a comercialização do produto acabado, pronto para o consumidor final. Quando se identifica o selo FSC no produto, sabe-se que a floresta da qual ele é oriundo está sendo explorada de acordo com todas as leis vigentes e de forma correta do ponto de vista ecológico, social e econômico. Isso diferencia o produto de outros similares e agrega valor. E estende a toda a cadeia de produção e comércio os benefícios da certificação.

Como podemos avaliar o Brasil quanto à evolução do processo de certificação?
O Brasil é hoje o país com maior área de florestas e o maior número de produtos certificados pelo FSC. São mais de 3 milhões de hectares de florestas certificadas desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul e cerca de 170 certificações de cadeia de custódia. A maior parte dos produtos com selo FSC destinam-se hoje à exportação para países europeus e da América do Norte. No entanto, já existe um número superior a 60 organizações (indústrias, designers, governos estaduais, entidades de classe e outros) pertencentes ao Grupo de Compradores de Madeira Certificada, entidade que assume publicamente o compromisso de dar sempre preferência ao produto certificado.

Quais as perspectivas do FSC para o Brasil?
A criação do FSC Brasil (o Conselho Brasileiro de Manejo Florestal), em 2001, é o resultado do avanço da certificação florestal no Brasil. A perspectiva é o crescimento constante das áreas florestais certificadas e dos produtos com cadeia de custódia certificada. A criação de padrões brasileiros para plantações, floresta amazônica de terra firme e outros tipos de floresta encontradas no país facilita e homogeiniza a atuação das certificadoras ao mesmo tempo que garante a competitividade dos empreendimentos brasileiros, além de propiciar o credenciamento de certificadoras brasileiras. Hoje, o mercado de produtos brasileiros certificados pelo FSC movimenta mais de R$ 1bilhão por ano e a estimativa é que este número atinja R$ 3 bilhões até 2007.

Haverá conflito com certificações nacionais, como, por exemplo, o CERFLOR?
Não se trata de conflito, pois as diversas iniciativas atuam em diferentes âmbitos e níveis de exigência. O surgimento de vários selos reflete a exigência crescente do consumidor e seus fornecedores, bem como a tentativa de facilitar o acesso à certificação através de um nível menor de exigência. O FSC é hoje o selo verde florestal mais aceito internacionalmente, até porque ele é resultado de um movimento democrático e transparente proveniente de mais de 30 países envolvendo lideranças ambientalistas, empresariais, técnicas, movimentos sociais, comunidades que habitam as florestas e outros. Isso significa que os princípios e critérios estabelecidos pelo FSC contemplam na mesma medida os interesses de todas as partes envolvidas, sem privilegiar nenhuma delas.
Retirado: http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/certificacao_florestal/
20 - 04 - 2010

Empresas de embalagem não priorizam sustentabilidade

As empresas de embalagem consideram a sustentabilidade importante, mas não têm o tema como prioridade em seu dia a dia. É o que indica o 1º Diagnóstico de Sustentabilidade de Embalagem nas Empresas Brasileiras, apresentado durante o 3º Fórum Nacional de Gestão Estratégica da Embalagem, no último dia 14. O estudo elaborado pelo Núcleo de Estudos em Embalagem da ESPM a partir de pesquisas realizadas pela GFK identificou que 91% das empresas entendem a sustentabilidade como uma questão muito importante e 87% delas possuem um gestor de sustentabilidade.

Todas as notícias de Marketing No entanto, 38% destes profissionais trabalham em um departamento específico, em geral ligado à área de RH, marketing, administrativo ou meio ambiente, e apenas 11% dedicam 100% do tempo para o assunto. Em 79% dos casos, a sustentabilidade ocupa, no máximo, 50% do tempo dos executivos, mas grande parte (78%) afirma tomar ações concretas sobre sustentabilidade da embalagem.

Para 41% dos profissionais da área, as embalagens são ainda o principal agente de contaminação dos aterros. Em seguida aparecem matéria orgânica, entulho e lixo eletrônico. Já em relação aos materiais para a produção, o papel é preferido por 40% dos entrevistados, principalmente por ser mais fácil de reciclar e ter decomposição rápida, seguido do vidro e do plástico, ambos com 12%.

Para os gestores, a função do governo a respeito da sustentabilidade é principalmente implantar e operar a coleta seletiva de embalagens (36%), desenvolver mecanismos de suporte para minimizar o impacto (29%) e criar leis que protejam o planeta (24%). Já o papel das corporações é incentivar e desenvolver ações de reciclagem, com 47%, além de trabalhar para aumentar a sustentabilidade das embalagens (33%). Na visão de 67% das empresas, cabe aos consumidores destinar corretamente as embalagens para reciclagem.

A capacitação dos gestores também foi abordada e 69% das empresas admitiram não conhecer nenhum curso sobre sustentabilidade. A maioria (81%) acredita que faltam cursos sobre o tema relacionado à embalagem e 87% gostariam de estudar mais sobre isto.

Retirado: http://portalexame.abril.com.br/marketing/noticias/sustentabilidade-ainda-nao-prioridade-empresas-embalagem-551415.html
Data: 20-04- 2010
Sylvia de Sá